Livro: Eleanor & Park
Editora: Novo Século
Autora: Rainbow Rowell
Sinopse (escrita por mim):
O livro se passa na década de 80 e conta a história de um casal de adolescentes que estão no ensino médio e são amantes da cultura pop, ou seja, são Geek!
Eleanor é introvertida e vive uma vida muito dura e sofre muitos preconceitos por ser ruiva e gordinha. Sua vida é extremamente ruim, seu padrasto é um tremendo babaca e maltrata sua mãe e seus 5 irmãos. Já Park possui uma vida bem oposta a de Eleanor. Apesar de ser descendente de coreano num lugar xenofóbico e ter pequenos atritos familiares, seus pais se amam muito e sua vida é bem normal e tranquila.
O casal se conhece quando Eleanor entra no ônibus e sofre com piadinhas sobre seu cabelo e suas roupas largas. Sem local para sentar, Park acaba cedendo o acento ao seu lado. Conforme os dias se passavam, Park foi percebendo que enquanto lia sua HQ, Eleanor também compartilhava da leitura por cima de seus ombros.
E assim o casal foi se aproximando.
Minha opinião:
Adorei essa história, pois ela
me fez ter um misto de sensações durante a leitura. O livro foi escrito sob
duas perspectivas, a de Eleanor e a de Park. Em determinados momentos fiquei
muito triste com a vida de Eleanor, mas em outros fiquei feliz por vê-la viver todas
as experiências que viveu. Tive nostalgia de uma época que nunca vivi e conheci
novas bandas de rock da década de 80.
Conforme fui lendo, me
identifiquei com alguns pontos da vida de Eleanor, como ser muito tímida e
introvertida na adolescência e, apesar de eu não ter tido 5 irmãos, também tive
uma vida difícil (um dia quem sabe conto um pouco da minha história aqui).
Eleanor tinha uma família totalmente
desestruturada. No início foi expulsa de casa pelo padrasto e foi morar com os antigos
vizinhos. Mas depois de um tempo precisou voltar a morar com a mãe, seus 5
irmãos e o babaca do seu padrasto numa casa menor, onde todos os irmãos dormiam
no mesmo quarto e nem privacidade para ir ao banheiro as pessoas tinham pois o
banheiro não tinha porta.
Deu muita agonia ver todo sofrimento de Eleanor e fico triste em pensar que existem pessoas reais no mundo que também sofrem dessa forma. E ela era tão humilde
que em alguns momentos chegava a dar pena, como quando ela disse que iria
gastar as pilhas do walkman do Park escutando suas músicas ou quando eles estavam no maior amasso na
sala da casa dele e ela lembrou que seu sutiã tinha a alça remendada.
Mesmo com o sofrimento de Eleanor, o livro me trouxe aquela
sensação gostosa de amor de adolescência. Achei tão fofo o início da história,
quando os personagens sem nunca terem trocado palavras, se comunicavam com
ações subentendidas de Park quando deixou Eleanor ler suas HQs por cima do ombro, ou
quando ele deixava emprestadas suas HQs e Walkman no acento do ônibus para a menina levar. E o livro também passa a sensação de felicidade por Eleanor, que mesmo vivendo o caos, tinha seus
momentos de alegria quando esperava todos da casa dormir para escutar as
músicas que não conhecia e ler os livros que Park a emprestara.
Eu amo histórias que se passam
nos anos 80 sejam elas de filmes, séries ou livros. Acho que me dá uma sensação
de nostalgia, apesar de eu nunca ter vivido naquela época... Toda vez que leio ou
assisto algo relacionado a essa década, sempre aprendo alguma coisa nova. E nesse livro, eu
aprendi muitas coisas. Amei as citações de histórias em quadrinhos como X-men e
Watchmen e tive mais contato com bandas de rock dos anos 80 que Eleanor e Park
escutavam como The Smiths, Joy Division, U2, David Bowie e etc que eu já
gostava antes, mas que agora tive mais um motivo para gostar. E para melhorar a
experiência da minha leitura, fiz até uma playlist no Spotify com as músicas e
bandas citadas.
Caso vocês também queiram ter essa experiência, o link da playlist segue abaixo:
Caso vocês também queiram ter essa experiência, o link da playlist segue abaixo:
Pois bem, conforme Park ia ganhando a
confiança de Eleanor, acabou se tornando seu porto-seguro e começaram a viver um romance escondido, já que Eleanor jamais poderia apresentá-lo
à sua família caótica. E depois de muito esforço para conseguir lidar com sua
introversão em relação à família de Park, Eleanor começou a frequentar a casa
do menino e a vivenciar um lar que, apesar dos conflitos internos, era um lugar
acolhedor e amoroso.
Contém Spoilers
O livro vai mostrando o romance do casal e o quanto eles eram
felizes juntos, mas um ponto positivo para a autora é que ela descreve um
romance real, com alguns conflitos de casais, que por sinal chegam até a serem fofos.
Como quando Eleanor sente ciúmes de Park quando descobre que ele namorou a sua
maior inimiga da escola.
É uma trama que te envolve e você não consegue parar de
ler. Mas tiveram partes que não sei se li direito, mas não entendi algumas
pontas, que pra mim, ficaram soltas. Por exemplo: pra onde a mãe de Eleanor
foi? Pois no livro diz que o tio da Eleanor foi até a cidade onde a irmã morava
e logo em seguida descreve que os irmãos não foram mais pra escola e que não
tinha mais ninguém na casa exceto o padrasto. Então ela foi para a casa do irmão? Fiquei com essas dúvidas e
se alguém prestou mais atenção que eu e souber me responder, diz nos
comentários!
Outra coisa que também fiquei
bem chateada é: porque Eleanor não respondeu as cartas de Park depois que foi
morar com os tios e nem quis receber as ligações? Não entendi o objetivo real disso...
Eu sei que a autora quis uma trama baseada na realidade. Mas o
sentimento que fica em nós leitores é o de coração partido.
Não Contém Spoilers
No todo gostei muito da escrita
da autora. É um livro
que mostra indiretamente alguns problemas sociais como bullying que a Eleanor
sofreu na escola, xenofobia por conta de Park ser coreano, preconceitos
relacionados a meninas usando roupas largas e meninos usando maquiagens, violência
doméstica sofrida pela mãe de Eleanor e dramas familiares que tanto Eleanor
quanto Park também passaram.
Bem, é isso! Espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!