Quando vi esse livro nas livrarias, me chamou bastante atenção,
pois no primeiro momento, achei que fosse um tipo de guia de como eram os homo
sapiens, de como viviam e tudo mais. Mas quando folheei, entendi que se referia
à história de nós, Sapiens Sapiens.
Depois que terminei de ler, o sentimento que ficou foi: Uau,
estou imensamente agradecida a este escritor por ter escrito esse livro!
Acho que é o tipo de livro que todas as pessoas do mundo deveriam
ler para ter o mínimo de conhecimento e questionamento.
No primeiro momento, somos apresentados à pré-história e aos
seres (chamados de caçadores-coletores) Neandertais, Sapiens, Homem de Denisova e todos que viveram há cerca de uns 400 mil
anos na Europa, no Oriente Médio e, na Península Ibérica, e que por um mistério
desapareceram. Duas teorias são apresentadas também para o fato do Homo Sapiens
ter se sobressaído na corrida evolutiva: a teoria da Miscigenação e da
Substituição que explicam como o Homo Sapiens prevaleceu até os dias atuais e porque todos os outros seres foram
extintos.
De qualquer forma, houve uma cortina de silêncio, onde não temos
provas o suficiente para afirmar o que de fato teria acontecido. Segundo o
autor essa cortina é tão espessa, que não podemos nem mesmo ter certeza de que
as coisas que já “sabemos” ocorreram de fato, quem dirá descrevê-las em
detalhe. Mas um ponto muito positivo que ele passa para nós leitores é que o
importante é gerar questionamentos, pois somente o questionamento poderá nos
levar a sermos seres menos ignorantes.
O autor divide a história da humanidade em 3 revoluções:
Cognitiva, Agrícola e Científica.
Revolução Cognitiva
– Há uns 70 mil anos, o Homo Sapiens começou a estruturar pensamentos e
raciocínios sobre fatores ambientais, climáticos, alimentícios entre outros.
Nesta época os Sapiens adquiriram a habilidades organizacionais, e tiveram a visão
de saírem de seus continentes afro-asiático e povoar o mundo, construindo e
aprendendo a manusear navios transoceânicos. Somos apresentados à mega fauna australiana
e como o homo sapiens conseguiu levar esses e outros seres à extinção, e por
influência a este fato (ou não), ocorreram também muitas mudanças climáticas na
Terra nesta época. Yuval dá uma leve pincelada no que o Sapiens está fazendo
com o planeta e com os animais. “Se soubéssemos quantas espécies já
erradicamos, poderíamos ser mais motivados a proteger as que ainda sobrevivem”
Revolução Agrícola:
Há cerca de 12 mil anos, o Sapiens aprendeu novas técnicas de plantações,
colheitas e domesticações de animais. O pensamento no futuro, nos medos de não
ter comida e abrigo fez com que de seres livres (caçadores-coletores), passássemos
à escravos de nossa própria inteligência. Aprendemos a domesticar animais, e foi
por conta desta domesticação que a crueldade animal surgiu com muita força (meio
de transportes, exploração alimentícia e etc). Neste momento o autor fala sobre
a “evolução” das indústrias pecuaristas e como chegamos às técnicas cruéis
atuais de se fazer do animal um produto da nossa própria ganância. Muitos
defendem essa revolução dizendo que colocou a humanidade no caminho da
prosperidade e do progresso, porém outros insistem que isso nos levou a
perdição, pois foi aí que os Sapiens abandonaram sua simbiose com a natureza e
correram rumo a ganância e alienação. Yuval entra também na questão da
escravidão humana, inclusive apresentando os pensamentos da época, quando cita
filósofos renomados, como Aristóteles que diziam coisas como: “escravo tem
natureza escrava”. E logo em seguida, a leitura explica o racismo, que existe justamente
por conta da escravidão e aborda também sobre como era difícil ser mulher,
homossexual e como nossa sociedade atual foi estruturada na aculturação sofrida
pelos impérios britânicos.
O autor abrange o início das atividades de comércio,
escambos até a produção da moeda de ouro e prata. E como o ouro se tornou matéria prima
importante. Também são abordadas questões religiosas de como os deuses tinham
muito poder de dar ordens para a sociedade e como fomos do politeísmo ao
dualismo até chegarmos ao nosso “fake” monoteísmo.
Revolução Científica:
Há 500 anos, o pensamento humano nos levou a revolução científica por meio de
novas tecnologias, globalização mas principalmente por causa dos grandes
impérios, afinal, sem as grandes navegações seria praticamente impossível para
os cientistas avançarem em suas pesquisas. Foi graças à curiosidade humana em
se descobrir novos continentes para expandir comércio, que se deu a ciência
moderna. Pois era de interesse Imperial que cientistas como geógrafos,
botânicos e cartógrafos fossem com as expedições para estudar a biologia, cartografia e botânica dos lugares explorados.
Yuval menciona cientistas famosos como Einstein, Darwin, Newton, Max Weber e
Heinrich Schliemann. Aqui, o autor aborda temas como: Sistema de crédito
bancário, nossa paz mundial atual (por conta do medo da bomba atômica) e
questões sobre felicidade individual.
Nos últimos capítulos,
somos apresentados ao fim do homo sapiens e à ideia de que no futuro teremos
uma revolução biológica, com homens ciborgues, seres criados por nós e o autor
menciona, inclusive, o projeto da criação de uma criança neandertal.
Achei o livro maravilhoso, ele nos trás muitos
questionamentos e eu acho que todos do deveriam ler e todo mundo deveria se
questionar!
O próximo livro do autor é o Homo Deus e eu já estou ansiosa
por essa leitura!
Espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!
Beijos,
Nath.