Entre quatro paredes, seria esse um casamento perfeito?
O livro Entre quatro parede, lançado em julho de 2017 foi escrito pela autora B.A. Paris e publicado aqui no Brasil pela editora Record. Não é um livro muito extenso, pois possui 266 páginas e sua leitura é intrigante do início ao fim. A autora, de ascendência franco-irlandesa, nasceu e cresceu em Inglaterra, foi professora e fundou uma escola de línguas com o marido. E além de Entre quatro paredes, a autora já escreveu outros romances e tem sucesso mundial. Eu particularmente gostei muito da obra e pretendo trazer meu ponto de vista sobre ela aqui na resenha.
A história retrata um “casamento perfeito”
entre Grace e Jack. E quando o casal se conheceu, Jack se mostrou o cara
perfeito à Grace, que se via sozinha no mundo tendo de cuidar de sua irmã
especial. E após o casamento, Jack passou a ser outra pessoa e Grace foi
surpreendida com uma vida que jamais sonhou em ter. Na frente das pessoas são o
casal perfeito, mas porque então Jack não abre a porta ou não atende o celular?
O livro
se passa em duas linhas do tempo: passado e presente, o que achei bem
interessante para o andamento dos acontecimentos. A autora escreve extremamente
bem, tão bem que é preciso ter bastante estômago para continuar a leitura. Confesso
que pensei em desistir, pois a riqueza de detalhes chega a ser pesado, mas ao
mesmo tempo, eu precisava continuar, pois o texto é muito fluido e transporta
ao leitor muitos sentimentos. Foi quase impossível parar de ler.
No
contexto geral, as mensagens foram muito assertivas. Mostra como as pessoas
conseguem manipular outras que estão passando por um momento psicológico sensível.
Jack se mostrou a pessoa perfeita, no momento perfeito. Fez todo um jogo de
sedução mexendo nos pontos fracos de Grace, que “coincidentemente” precisava de
uma pessoa exatamente como Jack se mostrava. Mas Jack desde sempre deu alguns
sinais de abusos, como por exemplo o fato de querer que tudo aconteça da forma
como ele planejava, sem respeitar as decisões de Grace. Mas Grace estava tão
envolvida com as questões de sua irmã, que possui síndrome de Down, que mesmo
não se sentindo à vontade com algumas atitudes de Jack, não se importou em dar continuidade
com o relacionamento.
E
o que dizer sobre Millie, a irmã de Grace? Um amor de pessoa, mas infelizmente
sua história representa a de muitas crianças com síndrome de Down pelo mundo.
Pois nem todas as famílias aceitam essa condição dos filhos e muitos pais jogam
as crianças em orfanatos. Achei muito importante a autora ter escrito sobre
essa questão. E foi emocionante o papel de Millie na história.
Achei
o livro muito bom, ele me fez parar pra pensar que nós, como ser humanos
devemos prestar um pouco mais de atenção nas pessoas ao nosso redor. Seja para
não entrar em um relacionamento abusivo, seja para perceber se algum amigo (a)
talvez esteja passando por alguma dificuldade e não conseguem pedir ajuda. E
não somente isso, gostei porque foi um livro muito bem escrito e que cumpre com
bastante excelência sua proposta de ser um thriller psicológico.
Bjus,
Nath
– Diário Galáctico
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